quinta-feira, 5 de março de 2009

Ruídos Silenciosos

Tenho saudades daquele canto azul. A cadeira de praia à esquerda. O mar e o horizonte ao fundo. Este lugar foi por muito tempo meu principal canto no mundo.

Se olho, hoje, para trás, me dou conta que naquele canto azul vivi as maiores e mais importantes conquistas da minha vida, e a maioria permanece comigo. Quando falo em conquista, não estou me referindo ao emprego, à conta no banco ou à pós-graduação. Quando falo em conquista, falo em pessoas e sentimentos. A meu ver, o fundamental.

Tenho saudades daquele canto azul. Da Renata poética que nele se permitia escrever sem censura, sem o compromisso de ser direita. Dos sentimentos que nomeie e dos sentimentos que percebi que não teriam, nunca, letrinhas correspondentes.

Naquele canto azul vivi de amores. Por mim, pelo outro, pela literatura. Aquele cenário, foi meu divã. Aquele cenário, foi meu cupido. Aquele cenário, foi meu bar da esquina.

E é em nome dele, do canto azul, que volto a esta telinha.

Não, o canto azul não é uma dessas praias paradisíacas. A cadeira não é de praia, é de escritório. O mar não é azul, é essa rede sem fim que chamamos de internet. O ruídos silenciosos foi mais um desses tantos blog´s espalhados nesse oceano de informações. Como esse que crio agora.

E, mesmo assim, aquele ruído fez tanto barulho em minha vida...

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